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quarta-feira, 27 de março de 2013

Semana Santa: Sentido e reflexão!




Por Cássio José
Universitário pela UFC em Letras – Português e Pós-Acadêmico pela FALC


Apesar de estarmos na modernidade e vermos toda uma discrepância para com a Páscoa e a Semana Santa, percebemos alguns grupos religiosos vivenciar e festejar tal momento com intensidade. Queremos, inicialmente, fazer algumas considerações iniciais: O que significa e qual o sentido da Semana Santa, ou “Semana Maior”, como chamam os católicos? E: Por que se chama Semana Santa se toda semana é “santa” por natureza divina?

A verdade e fundamentos são bíblicos e religiosos. Foi nesta semana (A Semana Santa), que um homem judeu chamado Jesus de Nazaré deu sua vida pela humanidade! Foi na sua última semana nesta terra como homem, que Ele subiu a cruz de madeira para remir e salvar a humanidade. Veja:

 “Sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens. E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz. Por isso Deus o exaltou soberanamente e lhe outorgou o nome que está acima de todos os nomes, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos. E toda língua confesse, para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é Senhor”. (Filipenses 2, 6-11)

                Sendo assim, os cristãos se preparam para esse evento grandioso e foi o maior espetáculo da face da terra: Sua Paixão na Cruz, Morte e Ressurreição ao terceiro dia. Antes, porém, temos toda uma preparação para esse momento. Para os católicos, antecedem à Páscoa a Quaresma e a Semana Santa, continuidade mais intensa em preparação para a Páscoa.

                É importante expormos aqui que a Quaresma remete a uma preparação bem intensa para a Páscoa, Ressurreição de Jesus. Neste período, percebemos as seguintes reflexões bíblicas:

No Antigo Testamento, o número 40 ocorre muitas vezes relacionado a momentos significativos da história bíblica. Entre tantas ocorrências, quatro são destaques no Antigo Testamento: 

·         O período do dilúvio foi de 40 dias (Gn 7,4);
·         Os hebreus caminharam 40 anos pelos desertos até atingir Canaã (Js 5 e 6);
·         A duração do bom reinado de Davi foi de 40 anos (2Sm 5,4);
·         Elias caminhou 40 dias para encontrar com Deus no Sinai (lRs 19,8). 

Estas quatro ocorrências estão ligadas a eventos fundantes e significativos na história bíblica do Antigo Testamento. 

No Novo Testamento vemos que Jesus passou 40 dias sendo tentando por Satanás no deserto (Mateus 4,1-12).

Por tanto, a Quaresma seria um momento mais intenso de preparação para a Ressurreição do Senhor sob a prerrogativa de uma vida de conversão e retorno ao Senhor.

Após a Quaresma, dá-se início a Semana Santa. Ela começa no tradicional Domingo de Ramos.

A Semana Santa é o grande retiro espiritual, convidando os cristãos à conversão e renovação de vida. Ela se inicia com o Domingo de Ramos e se estende até o Domingo da Páscoa. É a semana mais importante do ano litúrgico, quando se celebram de modo especial os mistérios da paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo.

No Domingo de Ramos, celebra-se a entrada de Jesus em Jerusalém, aonde vai para completar sua missão, que culminará com a morte na cruz. Os evangelhos relatam que muitas pessoas homenagearam a Jesus, estendendo mantos pelo chão e aclamando-o com ramos de árvores. Por isso hoje os fiéis carregam ramos, recordando o acontecimento. Imitando o gesto do povo em Jerusalém, querem exprimir que Jesus é o único mestre e Senhor.

Nesta Semana, vemos alguns pontos fortes:

A Quinta-Feira Santa: É um convite a aprofundar concretamente no mistério da Paixão de Cristo, já que quem deseja seguí-lo deve sentar-se à sua mesa e, com o máximo recolhimento, ser espectador de tudo o que aconteceu na noite em que iam entregá-lo. Vemos a Ceia de Jesus e o Lava-pés

A Sexta-Feira da Paixão: A tarde de Sexta-feira Santa apresenta o drama imenso da morte de Cristo no Calvário. A cruz erguida sobre o mundo segue de pé como sinal de salvação e de esperança. Com a Paixão de Jesus segundo o Evangelho de João comtemplamos o mistério do Crucificado, com o coração do discípulo Amado, da Mãe, do soldado que lhe traspassou o lado. É neste dia, que toda o Cristianismo recorda que Jesus de Nazaré deu sua vida por nós, tornando-nos novas criaturas. Os católicos fazem jejuns e práticas sociais de ajuda ao próximo. Os evangélicos geralmente fazem show de louvor e adoração a Deus por tal acontecimento histórico.

O Sábado de Aleluia ou Vigília Pascal:  "Segundo uma antiqüíssima tradição, esta é a noite de vigília em honra do Senhor (Ex 12, 42). Os fiéis, tal como recomenda o evangelho (Lc 12, 35-36), devem asemelhar-se aos criados, que com as lâmpadas acesas nas mãos, esperam o retorno do seu senhor, para que quando este chegue os encontre velando e os convide a sentar à sua mesa" (Missal Romano, pg 275). É no Sábado de Aleluia que fazemos como os apóstolos e Maria Madalena fez: Vamos ao sepulcro aguardar a pedra ser removida pelo anjo e festejarmos a vitória sobre a morte e sobre todo o Mal.

E finalmente, chegamos no Domingo de Páscoa ou o Dia da Ressurreição do Senhor. Pois Cristo Ressuscitou: Aleluia! Aleluia! É o Ápice, o ponto mais alto do Cristianismo: Se Jesus não tivesse ressuscitado, vã seria a nossa fé!, afirmou o apostolo Paulo.

Diferente do que vemos na mídia em geral, que tenhamos consciência do real significado da Páscoa: Assim como o povo de Israel atravessou a pé enxuto pelo mar vermelho, todos nós fizemos uma espécie de travessia quando Jesus, o Novo Moisés, usou o novo cajado: o seu sangue, para redimir e salvar toda a humanidade que estava perdida. Dessa maneira, a Páscoa, é recordação em forma de comemoração que um dia um povo foi liberto da escravidão do Egito e nós, fomos libertos da escravidão do pecado para uma vida nova, vida em Cristo Jesus! 

    E quanto ao coelho e ovo de chocolate? Bem, quem põe ovo é galinha e não coelho! E , quanto ao ovo de chocolate, nós podemos sim, comer, dar de presente e promover moimentos de fraternidade. Mas, quando lembramos da Páscoa, que os nossos olhos e pensamentos estejam fixos ao homem que morreu na cruz de madeira e ao terceiro dia, ressuscitou com glória e majestade. Este sim é “o Cara!” e nosso verdadeiro Herói. Viva a Jesus! Aleluia e aleluia!  


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