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sábado, 24 de setembro de 2011

Lágrimas de sorvete


Meu peito já sofria de saudades quando levantava.
Queria vê-la e abraçá-la. Fui impossibilitado disso.
Levantei-me doente, a ressaca sentimental e afetiva do dia anterior proporcionou-me isso...
Cuidando de mim e dos meus, fingi esquecê-la. Não teve jeito.
Queria ao menos passar o tempo imaginando que não cairia mais nenhuma lágrima de seus olhos.
Chegando a tarde, fiquei mais aliviado.
A doença foi sanada pelo prazer do percurso do meu ofício diário.
Sorrisos e dor no peito eu senti. “Essa noite será diferente!”, prometi pra mim mesmo. Precisava controlar os meus impulsos! – era o que eu cantava.
Nas proximidades do pôr-do-sol o telefone tocou e uma revira-volta me fez sair de mim mesmo para ir ao encontro dos meus pensamentos. Ao chegar lá, enganei-me comigo mesmo e estendi meu sofrimento pra quem perto de mim estava.
As horas se passaram e na minha casa reencontrei motivos pra continuar. Senti o cheiro do sonho prometido e pensei: “vou quebrar a rotina!”. Não consegui, de novo!? Até quando?
Após trovões e relâmpagos, unidos com uma forte chuva, decidimos tomar sorvete.
No entanto, impossibilitados disso, não foi cumprido a promessa feita a umas duas horas atrás em meio a barulhos e espera de um encontro.
Presas nos porões de questionamentos remotos e nos recortes do leque de acontecimentos da hora, elas desceram: sim, minhas lágrimas desceram. Foram ao encontro de outras lágrimas e, juntas, lutaram por nós! A escuridão não impediu que as pessoas percebessem o que estávamos escondendo.  
Não há outra questão se não se deixar levar pela promessa feita por Aquele que não é homem pra mentir, não é filho de homem pra se arrepender e nem parente de homem pra pedir conselhos!
É por causa d’Ele, somente por causa d’Ele. Não é por mim. Não é por outro motivo. Se há motivo e se há razão, é por causa d’Ele. O ar que eu respiro e mais importante que o brilho do sol, Ele me faz penetrar no altar do amor que muitas vezes não é pronunciado e nem visto. Lá os sonhos não abortam...       

Cássio José

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