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quinta-feira, 30 de junho de 2011

MÚLTIPLOS SENTIDOS: ANÁLISE DE QUATRO FRASES COM SENTIDOS DIFERENTES



DUPLO SENTIDO EM QUATRO FRASES

      O ser humano é dotado de características que o tornam alguém inserido na sociedade, e que, mantendo relacionamentos com seus semelhantes, reproduz comunicação. É, então, um ser comunicativo, num contexto profunda e comprometedoramente social. Isso faz com que, através da expressividade oral, bem como de outras, haja interação afetiva e verbal. Analisaremos a seguir, nesse trabalho, quatro frases e seus possíveis sentidos que podem, de acordo com o contexto, gerar sentidos duplamente [diversificados]. Em cada situação pode, claro, haver aceitação ou conflitos. Observemos as frases:


“É INÚTIL PREOCUPAR-SE COM OS CABELOS, QUANDO SE ESTÁ PRESTES A PERDER A CABEÇA”. (Situação cotidiana de alguém)

Levando em consideração a frase fora do seu contexto [orgânico] (não estamos analisando o porquê do escritor ter dito a frase ou a situação, e sim a frase tomada em duas possíveis situações diferentes), esse perder a cabeça não seria “arrancá-la do pescoço” (desmembramento desse órgão e separação do mesmo do restante do corpo!) e sim, não encontrar resolução dos problemas em situações dificilmente complicadas.  

“OS MISERÁVEIS NÃO TÊM OUTRO REMÉDIO A NÃO SER A ESPERANÇA” 

(William Shakespeare)

Num sentido medicinal, remédio é algo que serve para curar, sarar enfermidades, sobretudo fisicamente. Aqui, no entanto, essa expressão “remédio” seria uma solução ou saída, no caso, a esperança desses miseráveis. Ela seria crucial para virar a página da situação e esperar um novo [...].

“JACÓ UNIU-SE TAMBÉM A RAQUEL, QUE AMOU MAIS DO QUE A LIA” 

(Gn 29,30 – adaptado por mim mesmo)

Biblicamente, Jacó, neto do patriarca Abraão, amou preferencialmente mais a Raquel do que [amou] Lia – nome de sua outra esposa! Ou seja, Lia era, sentimentalmente, menosprezada por Jacó por causa do amor que o mesmo tinha por Raquel, a qual era mais amada. No entanto, alguém (desconhecedor das Sagradas Escrituras), poderia interpretar, ouvindo essa expressão numa pregação de um sacerdote católico ou pastor protestante, que Jacó demonstrava seu amor por Raquel e a observava (lia) menos. Observação: a frase destacada aqui está toda com letras maiúsculas. Isso faz com que a expressão “LIA” que está (levando em consideração que é um verbo), no pretérito imperfeito do indicativo, venha a ter uma ideia de “observar” (ou até mesmo contemplar). Todavia, na Bíblia, percebe-se que é um nome de pessoa: Lia (outra esposa de Jacó) e não lia (verbo no pretérito imperfeito do indicativo).      

“A PRINCESA PREFERIA A RÃ AO MOLHO CREMOSO”

(Em algum conto de fadas)

Nessa primeira hipótese de interpretação, a expressão “ao molho cremoso” articula-se com o substantivo rã. Temos então, uma especificação ou exemplificação de como seria a rã: Ela seria ao “molho cremoso”. Nessa segunda hipótese de interpretação, considerando uma situação em um outro contexto, a expressão “ao molho cremoso” articula-se com o verbo preferia. Temos por tanto, uma exclusividade de opção: Ela prefere a rã (a) o molho cremoso.

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